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domingo, 13 de maio de 2012

Diário de um Estagiário -1

Então, a procura de um estágio obrigatório (tenho que ter 40 horas) acabei me deparando com uma colega da minha irmã que é a coordenadora de uma escola genial da cidade: uma escola militar com ar condicionado e garagem mas, devido a vários problemas de protocolo (a professora da faculdade nos havia orientado que a ficha era x mas na hora era y), o estágio acabou babando.
Todos já estavam nas suas segundas semanas de estágio, e eu vi o tempo passar pelas minhas mãos, além de fazer estágio nas férias... Foi quando um amigo me disse que estava precisando de estagiários numa escola e, sem pensar duas vezes, aceitei.
Chegado o dia, peguei o mapa e desci no final da linha de ônibus. Primeiro impacto: cachorros brigando na rua quando um motoqueiro passou, chutou o cachorro e o atropelou, espirrando sangue por todos os lados. ~Vale ressaltar que tenho estômago forte e ando tendo pesadelos com essa cena ~
Segundo impacto: homem com o braço tatuado (quase um membro da Yakuza) e uma mulher com um microshort, barriga de fora, cabelos metade-loiros-metade-negros e perguntei.
Eu:"Bom dia, onde fica a escola xis?"
Mulher:"Siga por quatro ruas e dobre... Meu filho, cuidado pra você não ser assaltado!"
Segui pelas quatro ruas rezando a oração de São Jorge até chegar na escola e me sentir mais seguro.
Me apresentaram para a professora da quinta série que chegou ao meu ouvido e disse: "Eu odeio essa escola, odeio esses alunos, odeio dar aula aqui!" - e bateu no meu ombro "Seu relatório vai ser bastante rico..."
(... continua)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Das Aprendizagens

Na coordenação uma coisa é importante: prever o futuro. Não usando o Tarô, I-Ching nem a mãe Raven, e sim pensar que algo que você está planejando simplesmente tem 60% de chances de dar errado, inclusive a distribuição de turmas. Pensando nisso, chamei dois professores reserva e pedi que fizessem uma prova.
O professor realizou uma prova satisfatória, e a professora realizou uma prova com alguns erros fortes "Desculpe-me, é que estou nervosa!" - Ela disse.
Pedi a eles que elaborassem uma aula e que a apresentassem a mim e ao diretor. Algumas horas depois eles estavam, trêmulos, apresentando uma gramática sem dinâmica prévia. (Das coisas importantes para quem ensina idiomas: Primeiro apresenta-se a forma, ou seja, a estrutura, de uma maneira bem dinâmica e, em seguida, o conteúdo, a gramática em si).
Eu estava sem esperanças, pensei em convocar mais pessoas para o processo de seleção e começar tudo de novo... Quando o diretor e eu conversamos.
Diretor: "O que você achou?"
Eu: "Queria saber primeiro a sua opinião..." - Eu não ia dizer de cara que não tinha gostado.
Diretor: "Eles são pedras brutas, como diamantes, que precisam de oportunidades para brilhar... Eles não têm expericência alguma mas, com o tempo, poderão adquirir e ser excelentes professores. E você? O que acha?" - E, a partir daí, lembrei das oportunidades que tive de me desenvolver como professor, do primeiro dia de aula com um sorriso sem graça, com a insegurança interior de estar sendo analisado pelos alunos. Me lembrei da frase de John Kennedy que diz que "Todos nós temos talentos diferentes, mas todos nós gostaríamos de ter iguais oportunidades para desenvolver os nossos talentos." ou algo assim.
Eu:"Estou pensando... Vou dar uma oportunidade a eles!"
Diretor: "Ótimo, me avise quando começar o treinamento deles!"
E assim, me senti útil para o desenvolvimento de alguém... E assim, sinto que estou me tornando uma pessoa menos maldita.

domingo, 27 de novembro de 2011

Dar e Assistir

Calma! Embora o título desse post leve às inferências de que eu me permita a falar sobre a minha vida sexual, ou sobre algum conto erótico envolvendo voyeurismo, não é isso... Pelo contrário!
Comecei o ano desempregado, na beira do esgoto das contas para pagar que iriam se acumulando, e da faculdade para pagar que, mal eu iria entrar, já ia começar a dever. Mas não vendi meus sapatos e estou vivo graças ao seguro desemprego e a uma fada madrinha chamada LaCooper estou na "Grazi school".
Mas a reflexão que eu quero fazer é a minha mudança de papéis... Pelas manhãs e tardes, me situo perto do quadro, falo com os alunos sobre o uso do verbo irregular e do "would" e noto que meus estudantes são quietos, pacíficos, calmos, inteligentes... Eles são tão pacíficos que a paciência não se torna um exercício, e sim a personificação de uma rede invisível que é jogada naquele ambiente e que exerce a sua influência sobre todos. (Que viagem acabo de escrever... Lembrete: Deixar de ler Augusto Cury).

19:00h - Hora da faculdade, hora da inversão de papéis. Tal como um vilão de seriado adolescente, me arrumo e me sento no canto direito da sala. As amigas chegam, conversamos sobre os nossos dias, comentamos sobre a bunda de fulano (vide post anterior) e é quando chega a professora. Imitamos o sotaque dela, trocamos sms, tuitamos, filmamos (tem um video meu dançando no meio da aula correndo pela internet), nos beliscamos, beliscamos nossa vítima de bullying, conversamos sobre sexo e pompoarismo e... ainda tiramos 10 nas provas! Sabe aquela rede invisível de influcência pacífica que era jogada no ambiente quando eu era professor pela manhã? Se transforma em farrapo para sambar em cima.
Gostaria de saber... Qual a influência que a carteira de aluno acarreta sobre as pessoas? Daria uma ótima tese.

terça-feira, 1 de março de 2011

Enquanto isso, na aula

A professora chata está falando sobre o abadá (abadabadoo!) da neta. Essa turma é meio estanha...
Tem uma menna chamada Maura. Ela me olhava com olhos de desejo nos primeiros dias de aula... (las personas no saben) e me chamava de Mauriiiiiiiiiii (agudo estridente). Hoje ela e eu somos amigos. Ela recebe bilhetinhos de um nerd sem bunda... Ficamos rindo dele (sei, vamos pro inferno) e ela diz que prefere alguém que "saiba meter", e eu aponto pro bombeiro da sala.
Meu primeiro coleguinha, fizemos amizade gazetando a aula e indo beber. Tudo ia perfeito até ele se juntar com uns brutamontes e fazer bullying com a diva da sala.
A diva da sala é um garoto, afeminado, que faz comentários inconvenientes na hora da ala e ri da cara de todos (teve até um dia que quis tirar minhas sandáias e meter na cara dele). E sofre...
Tem um senhor que é a cara do Jiggly Puff (vide pokemon)... Gordo, cor de rosa, com um topetinho e que é a encarnação da grosseria.
Divas na sala... 5 (contando comigo).
E tem um professor... Um senhor que fica me olhando com cara de Marcelo Novaes admirando Kelly Key (vide Baba baby). Um dia ele alisou a minha mão... No outro, a minha cabeça... Se ele me agarrar na aula de amanhã, ele vai ver...
A aula está acabando e vou me arrumar pra enfrentar o ônibus lotado, dormir e acordar amanhã cedo pra trabalhar.

sábado, 21 de agosto de 2010

Paciência.

Enquanto vocês estão aproveitando um churrasco de Sábado, eu estou dando aula. Sim! Estou dando aula. Ou melhor, tentando... Enquanto meus alunos falam, me dá uma vontade de gritar, de jogar o sapato na cabeça de cada um, de arrancar meus pentelhos com a ponta da unha.

Mas, aprendi uma nova técnica...
Olhar pra eles com cara de bunda e pensar: "ah... vocês não vão me tirar do sério porque, no fim do dia eu vou encher a cara de cerveja com o meu salário, que é pago pelo seu pai."


E, funciona!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Cúmulos

- Qual o cúmulo da raiva?
R: Passar 2 semanas baixando 41 pacotes de 100MB para, na hora H, o jogo não funcionar.

-Qual o cúmulo do terrorismo?
R: Chefinho ligando dizendo que fulana é um fenômeno nas etratégias de marketing do trabalho, mas está doente e por isso eu assumirei as turmas dela.

-Qual o cúmulo da frustração 1?
R: Ficar extremamente gripado e não poder curtir isso (tomar chá, ficar na cama e andar pela casa de pijama) por causa do trabalho.

-Qual o cúmulo da frustração 2?
R: Me arrumando pra ir a aula e o Chefinho dizendo que Fulana está melhor e que não preciso ir trabalhar.

-Qual o cúmulo da chapação?
R: Misturar Naldecon Noite com 2 taças de vinho. Nem lembro como eu fui dormir ontem...

-Qual o cúmulo da baixaria?
R: Venezuelanazinha brigando via twitter.

-Qual o cúmulo da frustração 3?
R: Estar ausente da vida social blogueira por culpa do trabalho.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Em casa...

05/11, 7 da manhã, ainda sonhando que um anão ruivo tentou assaltar uma amiga e eu dei porrada no anão, que tirou uma arma e eu, num impeto meio As Panteras, me escondi... Foi quando o telefone tocou:
Mauri: "Alô?"
Chefe: "Venha ao trabalho a-go-ra! Você deve telefonar aos seus alunos!"
Mauri: "Tenho clínica agora... Só poderei ir a tarde!" (mentira, tem quase 1 ano que não trabalho na clínica).
Saco! Jurando que era a 3ª guerra mundial... E me pergunto: Qual a função do Call Center?

(...)

106. Esse é o número exato de provas a corrigir até 1 da tarde.

(...)

E hoje vou me inscrever naquele negócio de "trabalhe em casa envelopando cartas no seu tempo livre" e vou postar passo a passo aqui.

Desculpem meu sumiço... Tenho que corrigir provas.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

+ Aulas

Intervalo, saí correndo pra fumar quando encontrei a mulher do dono da instituição, peruíssima, encostada num poste, fumando, olhou a mim, sorriu e disse:
"Ai, até que enfim! Pensei que eu era a única fumante na sala!"
Começamos a trocar figurinhas. Em questão de segundos, estávamos trocando cigarros, falando de coisas importantes na nossa vida como academia e Shakira. Ela me apresentou aos enteados dela, que não devem ser 4 anos mais novos que ela. Um deles o meu gaydar apitou. O elástico do aparelho ortodôntico dele é rosa pink.
Comprei um chiclete para voltar às aulas e notei que minha irmã me olhava com fúria.
Tivemos que participar de uma dinâmica na qual falariamos sobre nem me lembro o quê. Minha participação foi pouca e, uma das participantes (filha duma puta) acabou falando pra professora que eu só falava poucas palavras.
Ao chegar em casa, o choque. Minha irmã dedurando a minha mãe que eu tinha mascado chiclete em aula e eu, levando esporro por causa disso.
D. Yolanda: "Filho da puta, isso é falta de respeito! Não masque chiclete na frente da sua professora de novo!"
(continua)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Aulas

[1993 - Colégio das freiras ricas]

Tudo começa com minha 5ª série, onde ingressei na escola das freiras. Naquela época eu era bobinho, desastrado, usava calças estranhas e gel no cabelo.
Como naquelas escolas de filme americano, existiam os grupos. Eu era o nerd, tinha o grupo dos garotos nojentos, o grupo das garotas malignas, o grupo dos nerds, o grupo dos estranhos...

[2009 - Curso ]

Ao chegar em sala, 20 minutos atrasado (como é difícil trabalhar em um lugar e sair correndo para chegar em outro) e, o primeiro impacto foi a professora falando sobre "Não chegar atrasado", eu sorri e procurei por uma cadeira. Ótimo, a mais perto estava logo em frente a professora. Sentei-me, olhei ao redor e pensei algo sobre "Ah Deus! Estou no meio de Ventrues". Logo visualisei minha irmã, Jenny, sentada em frente a mim, e minha prima Carmelita sentada há alguns metros.
De repente, a porta se abriu e vi Eva Ana entrar. Eva Ana era, em 1993, uma das líderes do grupo das garotas malignas. Não tinha mudado muita coisa, apenas usava aparelhos e um cabelo loiro tingido, ao invés do castanho da faculdade. Ela me avistou, acenou e gesticulou com a boca um "Não acredito!" e sorriu.
Liguei meu gaydar e fiz uma rápida vistoria pela sala. 3 amigues.
De repente, a professora que parece com a Alcione disse:

Minha apresentação: "Me chamo Mauri, caí aqui de paraquedas!". Todos riram.
Teve um cara que disse: "Me chamo Fulano, não se esqueçam de mim, vim para mudar suas vidas! Sou único e inesquecível!"
(continua)