Chegamos ao apartamento, nos beijamos e me deitei.
"Ei, viemos aqui apenas para dormir, tá bom?"
"Tudo bem"
E foi quando eu fiquei sem roupa na cama, me virei e me cobri com o lençol. Ele também ficou sem roupa e cobriu-se com o lençol. Eu fingi que estava dormindo, e foi quando ele me abraçou por trás, me virou de tal modo que ficamos frente a frente. Olhei pela janela e o sol estava nascendo.
"Precisamos dormir... sério. Tá amanhecendo!"
"Tudo bem"
Peguei a camisinha e finamente transamos.
E assim, passou o sábado, com os dois na cama, transando, ouvindo música, fumando, rindo e bebendo.
E assim, passou o domingo, com os dois na cama, transando, ouvindo música, fumando, rindo, bebendo e apelidando um ao outro.
E assim, passou a segunda-feira, com os dois na cama, transando, ouvindo música, fumando, rindo, bebendo, apelidando um ao outro, matando insetos e eu já não aguentava mais a presença dele... Queria que apenas transássemos e ele fosse embora como os outros.
E assim, passou a terça-feira, foi quando eu chorei na frente dele por causa de uma música que eu ouvi no youtube (qualquer dia eu explico a minha história com essa música), e eu senti que eu me abri para ele, não só com as pernas, mas de coração. Não costumo me abrir assim para as pessoas, e ele disse que me conheceu a partir desse momento.
E assim, passou a quarta-feira, e foi quando eu já estava cozinhando para ele, ele vinha querer me ajudar e eu o expulsava da cozinha.
E assim, passou a sexta-feira, e foi quando apareceu um escorpião na cozinha, eu dei um grito e ele matou.
No sábado eu acordei cabisbaixo. Era o dia em que eu iria voltar ao Brasil e eu apenas pensava em Armando... Nos despedimos e, a esse ponto, não vou negar que já estava apaixonado até a alma e eu não queria que ele fosse embora.Tomei o táxi de óculos escuros, não queria que as pessoas me vissem com a cara inchada de lagrimar... E estava na fila do aeroporto, ouvindo essa música (agora sabem pq eu gosto dela?) quando uma voz feminina falou algo no megafone, as pessoas começaram a reclamar e descobri que o voo fora cancelado, e que somente sairia no dia seguinte. Imediatamente, telefonei para Armando para contar a novidade, e eu pude sentir que, mesmo sem ninguém saber, alguém torce por nós. Claro que nos reencontramos e nosso desespero era tanto que parecia que iríamos morrer se não fizéssemos sexo naquele dia.
E, finalmente, no domingo, voltei ao Brasil bastante contrariado. Embora esteja trabalhando numa escola de freiras com umas crianças que são uns capetas, embora esteja recebendo pouco, embora eu esteja fodido de tantos artigos para fazer, embora tenha começado uma outra graduação e mal tenha tempo para cortar as unhas, Armando e eu nos falamos diariamente e mal podemos esperar para julho chegar... ah, julho...
domingo, 27 de março de 2016
sábado, 26 de março de 2016
Mi amada Argentina
Enquanto estava na Argentina, dei início ao mestrado. Pau no cu da UFTJ (Universidade Federal da Terra da Joelma)! Todos os anos submeto meus projetos, realizo a prova de mestrado mas, na hora da entrevista, me reprovam por não ter aberto as pernas para ninguém do processo de seleção (dizem que esse é o meio de entrada no mestrado: deixar que alguém do processo de seleção entre pelo seu cu adentro).
O ritmo é intenso... Acorda, vai pra aula as 8, almoça as 12, volta as 13, aulas até as 18, volta pra casa, cozinha, toma banho, lê as apostilas com um cigarro entre os dedos, dorme e no outro dia tudo de novo. Eu dividia o apartamento com um senhor e ele era meio cricri com organização, limpeza, horários, enquanto que eu jogava minhas roupas pelo chão como a Jennifer Lopez no clipe de My Love don't Cost a Thing, sujava a cama de doritos/ chocolate / fernet e dormia até tarde.
Separei uma semana extra para as férias pós aula e, com o apartamento só para mim, eu poderia beber, receber visitas, me arrastar nas cinzas de cigarro espalhadas pelo chão, sair e chegar a hora que quisesse sem ter medo de tropeçar pela casa e acordá-lo.
E foi quando decidi ir a uma boate para dançar reggaeton. Uma garota falava comigo em inglês, jurando que eu era norte americano, e fazia uns "yo! niggah!" enquanto falava. Eu posso dizer que, não sei o que os argentinos enxergaram em mim, pois ganhei bebidas, as pessoas faziam rodas para que eu dançasse no meio e, numa dessas, um moço careca olhou para mim com tanto desejo que me derreti. Ele saiu para fumar, eu o segui.
"Oi, qual seu nome?"
"Armando, e o seu?"
"Mauri... Sabe onde vende cigarros por aqui agora?"
"Toma, pega um dos meus..."
"Obrigado."
"Bem, vou entrar, meus amigos me esperam..."
"Tudo bem, vou acabar o cigarro e já entro."
Nos abraçamos, e beijei-lhe a bochecha.
"Não... É assim, olha."
E me beijou na boca.
Traguei o cigarro com a fúria de um asmático e entrei na boate e, ao atravessar as cortinas, Armando, que tinha acabado de me beijar, estava beijando outro. "Filho da puta! Tomara que eu não tenha pegado mononucleose!" Mas não me incomodei e dancei como se não tivesse amanhã. Desculpem se o que vou dizer parece egocêntrico, mas eu me sentia como uma Ferrarri no meio de um salão de exposições com aquelas pessoas ao meu redor me olhando, tentando se aproximar e me oferecendo bebidas.
Decidi sair, um rapaz que estava dançando comigo me acompanhou para fumar e encontrei Armando. Argh! Patrick e Armando eram amigos, estavam conversando e veio mais um terceiro rapaz, que notou que Patrick e Armando estavam interessados em mim. Do nada, para interromper o silêncio, o rapaz apontou para mim e disse:
"Ei, brasileiro. Nota que os dois aqui estão a fim de você e, agora, me diz, qual deles você quer?"
Sinuca de bico.
"Eu quero... dançar!", dei meia volta e voltei a pista de dança. Patrick me seguiu, e dançou encoxado comigo.
"Brasileiro, assim que a festa acabar eu posso ir na sua casa?" ele sussurrou ao meu ouvido.
"Sim, claro."
"Legal! Vou chamar a Wendy."
O quê?
Pedi licença para fumar e saí. Armando ainda estava fumando, dessa vez sozinho. Olhei para ele com ojeriza, e foi quando ele me abraçou forte e me arrancou um beijo com o qual eu pude sentir vida e eletricidade até por onde não pensei que fosse capaz de sentir.
"Vem aqui" Puxei-o pelo braço e acenei para um táxi "Vamos para a minha casa".
(continua)
O ritmo é intenso... Acorda, vai pra aula as 8, almoça as 12, volta as 13, aulas até as 18, volta pra casa, cozinha, toma banho, lê as apostilas com um cigarro entre os dedos, dorme e no outro dia tudo de novo. Eu dividia o apartamento com um senhor e ele era meio cricri com organização, limpeza, horários, enquanto que eu jogava minhas roupas pelo chão como a Jennifer Lopez no clipe de My Love don't Cost a Thing, sujava a cama de doritos/ chocolate / fernet e dormia até tarde.
Separei uma semana extra para as férias pós aula e, com o apartamento só para mim, eu poderia beber, receber visitas, me arrastar nas cinzas de cigarro espalhadas pelo chão, sair e chegar a hora que quisesse sem ter medo de tropeçar pela casa e acordá-lo.
E foi quando decidi ir a uma boate para dançar reggaeton. Uma garota falava comigo em inglês, jurando que eu era norte americano, e fazia uns "yo! niggah!" enquanto falava. Eu posso dizer que, não sei o que os argentinos enxergaram em mim, pois ganhei bebidas, as pessoas faziam rodas para que eu dançasse no meio e, numa dessas, um moço careca olhou para mim com tanto desejo que me derreti. Ele saiu para fumar, eu o segui.
"Oi, qual seu nome?"
"Armando, e o seu?"
"Mauri... Sabe onde vende cigarros por aqui agora?"
"Toma, pega um dos meus..."
"Obrigado."
"Bem, vou entrar, meus amigos me esperam..."
"Tudo bem, vou acabar o cigarro e já entro."
Nos abraçamos, e beijei-lhe a bochecha.
"Não... É assim, olha."
E me beijou na boca.
Traguei o cigarro com a fúria de um asmático e entrei na boate e, ao atravessar as cortinas, Armando, que tinha acabado de me beijar, estava beijando outro. "Filho da puta! Tomara que eu não tenha pegado mononucleose!" Mas não me incomodei e dancei como se não tivesse amanhã. Desculpem se o que vou dizer parece egocêntrico, mas eu me sentia como uma Ferrarri no meio de um salão de exposições com aquelas pessoas ao meu redor me olhando, tentando se aproximar e me oferecendo bebidas.
Decidi sair, um rapaz que estava dançando comigo me acompanhou para fumar e encontrei Armando. Argh! Patrick e Armando eram amigos, estavam conversando e veio mais um terceiro rapaz, que notou que Patrick e Armando estavam interessados em mim. Do nada, para interromper o silêncio, o rapaz apontou para mim e disse:
"Ei, brasileiro. Nota que os dois aqui estão a fim de você e, agora, me diz, qual deles você quer?"
Sinuca de bico.
"Eu quero... dançar!", dei meia volta e voltei a pista de dança. Patrick me seguiu, e dançou encoxado comigo.
"Brasileiro, assim que a festa acabar eu posso ir na sua casa?" ele sussurrou ao meu ouvido.
"Sim, claro."
"Legal! Vou chamar a Wendy."
O quê?
Pedi licença para fumar e saí. Armando ainda estava fumando, dessa vez sozinho. Olhei para ele com ojeriza, e foi quando ele me abraçou forte e me arrancou um beijo com o qual eu pude sentir vida e eletricidade até por onde não pensei que fosse capaz de sentir.
"Vem aqui" Puxei-o pelo braço e acenei para um táxi "Vamos para a minha casa".
(continua)
sexta-feira, 25 de março de 2016
Neil Strong Arms
Neil me chamou no grindr e eu o ignorei. Na verdade, não o ignorei, mas o coloquei no banho Maria. Ele queria transar no primeiro encontro e, confesso que não estava a fim... Tinha receio de ser o Neil, meu aluno, fazendo alguma brincadeira comigo pois a coincidência era enorme. Até que, uma tarde dessas, ele atualizou a foto do perfil mostrando os braços e a tatuagem "Opa, não é o Neil, o meu aluno!", e aceitei a proposta.
Saímos, transamos.
Então, no meio da semana, ele me convidou para bebermos. Descobri que temos amigos em comum, rimos, meu macaco interior saiu e, mesmo assim... Transamos. (Dica de auto ajuda: namore quem vê o seu macaco interior e ainda quer transar com você).
Saímos de novo, transamos de novo.
Comentei com ele que viajaria a Argentina para procurar um mestrado, ele passou a não me telefonar, a deixar as mensagens do whatsapp visualizadas.
E viajei...
E duas semanas depois, meu instagram recebeu a notificação de que fui excluído da conta de Neil, ao averiguar isso, as fotos de Neil e um outro cara com cara de menino criado a azeite de oliva e #namorado. Era incrível como eles pareciam um clone! Neil número um e Neil número dois namorando! Era tipo aquele meu sonho que eu tive uma vez, no qual eu era clonado para fazer sexo comigo mesmo nos momentos de carência.
Saímos, transamos.
Então, no meio da semana, ele me convidou para bebermos. Descobri que temos amigos em comum, rimos, meu macaco interior saiu e, mesmo assim... Transamos. (Dica de auto ajuda: namore quem vê o seu macaco interior e ainda quer transar com você).
Saímos de novo, transamos de novo.
Comentei com ele que viajaria a Argentina para procurar um mestrado, ele passou a não me telefonar, a deixar as mensagens do whatsapp visualizadas.
E viajei...
E duas semanas depois, meu instagram recebeu a notificação de que fui excluído da conta de Neil, ao averiguar isso, as fotos de Neil e um outro cara com cara de menino criado a azeite de oliva e #namorado. Era incrível como eles pareciam um clone! Neil número um e Neil número dois namorando! Era tipo aquele meu sonho que eu tive uma vez, no qual eu era clonado para fazer sexo comigo mesmo nos momentos de carência.
quinta-feira, 24 de março de 2016
O menino criado a azeite de oliva e o meu macaco interior
Então, conheci Neil. Ele apareceu na escola onde eu trabalhava para fazer um teste de nivelamento e, quando eu o vi, meus hormônios enlouqueceram, enquanto eu sorria e dizia que ele precisaria ingressar no primeiro nível. "Eu apenas o acho bonito" - pensei - "Ele é um prospect a aluno e não vai passar disso..." Neil é gordinho, tem cara de quem foi um menino português criado a azeite de oliva e dono de um sorriso desses que qualquer pessoa poderia admirar por horas e umas pernas nas quais já sonhei em me entrelaçar.
Neil se inscreveu na escola, descobri que morávamos perto e isso era um pretexto para sempre lhe oferecer carona e passarmos cerca de dez minutos fumando e conversando sobre algo engraçado antes que ele entrasse em sua casa.
Então decidimos sair num encontro, onde derramei cerveja nele sem querer, e comecei a perceber que ele não estava confortável com o lugar, e acabamos numa lanchonete.
E decidimos sair de novo, onde bebi e falei umas besteiras, liberando meu macaco interior (As mulheres poderosas possuem uma diva interior, eu possuo um macaco) e, ali, a cada risada, pude ver a dissolução na cerveja do que restava da atmosfera de romance... Mas, me diverti.
Tentamos sair de novo, eu segurei na mão dele e na mesma hora eu notei que estava forçando a barra, e soltei, e no meio do filme ele me disse que estava namorando, que Fulano era um cara legal e eles tinham saído duas vezes naquela semana. "Quefilho da puta legal! Quero que vocês dois queimem vivos com o tridente de Satanás enfiado no cu de vocês sejam muito felizes!"
E foi quando Neil e eu deixamos de sair, mas ainda fumávamos, riamos, conversávamos, com menor frequência.
E a escola fechou... Por maior campanha de marketing que fosse feita, estava numa zona cheia dos tubarões do ensino de idiomas... Neil sumiu, deve ter entrado em alguma crise existencial (descobri que ele tem muitas delas, sobre ser ex-gordo, sobre a auto imagem danificada e viver mudando de visual a cada semana e ainda continuar insatisfeito, olha a fogueira da qual me livrei).
O estranho foi instalar o grindr, algum tempo depois e encontrar um cara muito parecido ao Neil, até no nome, sendo gordinho, com cara de menino português criado a azeite de oliva, com um sorriso desses que qualquer pessoa poderia admirar por horas, umas pernas nas quais já me entrelacei, umas tatuagens deliciosas de lamber e que será o tema do próximo post.
Neil se inscreveu na escola, descobri que morávamos perto e isso era um pretexto para sempre lhe oferecer carona e passarmos cerca de dez minutos fumando e conversando sobre algo engraçado antes que ele entrasse em sua casa.
Então decidimos sair num encontro, onde derramei cerveja nele sem querer, e comecei a perceber que ele não estava confortável com o lugar, e acabamos numa lanchonete.
E decidimos sair de novo, onde bebi e falei umas besteiras, liberando meu macaco interior (As mulheres poderosas possuem uma diva interior, eu possuo um macaco) e, ali, a cada risada, pude ver a dissolução na cerveja do que restava da atmosfera de romance... Mas, me diverti.
Tentamos sair de novo, eu segurei na mão dele e na mesma hora eu notei que estava forçando a barra, e soltei, e no meio do filme ele me disse que estava namorando, que Fulano era um cara legal e eles tinham saído duas vezes naquela semana. "Que
E foi quando Neil e eu deixamos de sair, mas ainda fumávamos, riamos, conversávamos, com menor frequência.
E a escola fechou... Por maior campanha de marketing que fosse feita, estava numa zona cheia dos tubarões do ensino de idiomas... Neil sumiu, deve ter entrado em alguma crise existencial (descobri que ele tem muitas delas, sobre ser ex-gordo, sobre a auto imagem danificada e viver mudando de visual a cada semana e ainda continuar insatisfeito, olha a fogueira da qual me livrei).
O estranho foi instalar o grindr, algum tempo depois e encontrar um cara muito parecido ao Neil, até no nome, sendo gordinho, com cara de menino português criado a azeite de oliva, com um sorriso desses que qualquer pessoa poderia admirar por horas, umas pernas nas quais já me entrelacei, umas tatuagens deliciosas de lamber e que será o tema do próximo post.
quarta-feira, 23 de março de 2016
Das atualizações
1. Meu antigo emprego foi pro ralo. A escola onde trabalhava faliu...
2. Arranjei outro emprego numa escola na cidade vizinha.
3. Conheci um carinha legal chamando Neil. Saiamos, fazíamos sexo delicioso, ele sumia...
4. Comecei um mestrado na Argentina, e foi quando notei que Neil tinha me deletado das redes sociais.
5. Neil tinha engatado um namoro por aqui.
6. Filho da puta!
7. Conheci um cara na Argentina e... Engatei um namoro por lá.
8. Mas pq tão distante? Deus!
9. Voltei ao Brasil e estou dando aulas numa escola de freiras onde as crianças são o próprio tinhoso encarnado.
10. Calma... Cada um desses tópicos merece um post.
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