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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Como num filme

O primeiro bebeu duas cervejas e me beijou no carro, apesar do cabelo hipster, mostrou interesse em mim, interesse esse que passou com efeito da bebida e, as mensagens que eram enviadas a cada dois minutos viraram silêncio. Dizem que quando homens como este desaparecem, é Deus salvando a gente de mais encrenca mas, na verdade, penso que quando esse tipo some, é porque não está com sua psique estável para se envolver e, mais vale um pássaro voando livre do que te atacando como nos filmes de Hitchcock.
O segundo disse que queria algo sério e, apesar de termos fodido apenas uma vez, ele quase levou meu dinheiro. Quando um homem e uma mulher estão saindo, o homem paga as contas por cavalheirismo e a mulher se oferece para dividir pois ela quer ser cordial e vista como uma pessoa ativa na sociedade capitalista. E quando são dois homens? Um faz o truque da galinha com Alzheimer e diz que esqueceu a carteira em casa, e acaba sobrando pro bolso do outro que precisava guardar aquele dinheiro para levar o acompanhante ao drive-in, que fosse, e depois colocar gasolina no carro e sustentar o vício maldito do cigarro. Acho que meu vício é sexo e, por ele não corresponder a isso, achei melhor voar livre, antes de atacá-lo como um dos pássaros de Hitchcock, pois era o que ele estava fazendo com minha carteira.
O terceiro me enrolou julho inteiro, mandou foto do peru, disse que queria meter, chupar, lamber, bater, fistar e gozar. Nos encontramos, bebemos água de coco e eu o beijei, ele retribuiu e depois me empurrou. “Estaria eu com mau-hálito?” perguntou meu subconsciente, lembrando que eu tinha chupado halls minuto antes. Descobri que ele faz terapia, toma remédios pesados, surtava, batia na mãe quando faltava o bendito remédio, tinha namorado ciumento e doentio e, antes que eu fosse apunhalado no chuveiro como no filme de Hitchcock, resolvi fugir.
Cansado dessa merda toda, fui até a casa de Kai. Ele me saudou com um “boa tarde” eu respondi com um beijo, tirando as calças e montando nele. Ele queria pegar as cordas e me amarrar, mas foi quando eu disse a ele “No strings attached” e acabamos metendo como num filme de Sasha Grey.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Café com veneno - da balada



Olha que aviário me meti! Elas, andando feito patas, desequilibradas e desajeitadas com seus saltos altos e fazendo biquinho para o instagram. Eles, todos iguais como se seus corpos fossem pré-fabricados para que andassem feito pombos com seus peitos estufados no uniforme hollister. Entre as patas e os pombos, há o peru, que é pelo que todo esse aviário gira. Ela quer atenção, ele também, e no final a cloaca dos animais trabalha. E a música toca, mas ela só é um pequeno detalhe, já que ninguém vem a festa por causa dela, e sim para essas penas que jogam para o ar, querendo atenção... Vi duas galinhas se acariciando, parecia que estavam catando piolho uma da outra. Como será que elas sentem prazer? Bicando a cloaca uma da outra? Não estou amargo, apenas com a essência de álcool e cigarro nos meus poros. Pra que serve teu perfum sexy 212, que todo mundo usa, se no final tu vais ficar cheirando a bebida, tabaco e suor alheio? A galinha quase voa e toma assento em cima de mim e penso se sou invisível, ou se sou tão radiante quanto aquela moeda de um real esquecida num quarto escuro, desejando que alguém a encontre, que alguém a pegue, deslize entre os dedos e faça planos do tipo economizar ou, até mesmo, passar de mão em mão. O dinheiro não é algo que deve ser guardado para sempre, como diz o evangelho, pois a inflação sobe e a bolsa cai e o Brasil continua fodido, querendo dinheiro para gastar, comprar sexy 212, iphones para colocar fotos com bico de pata no instagram, aqueles uniformes escolares da hollister e no final acabar nessas baladas que mais parecem aviários.

Um pombo me olhou de maneira estranha, não sei se flertando ou analisando pois não estou com sexy 212, nem com iphone e muito menos usando o uniforme hollister. “Qual o problema? Tô cagado, mijado ou perdeu alguma coisa?” minha mente perguntou num tipo de telepatia assertiva. Confesso que tenho nojo de pombos pois dizem que eles transmitem criptococose, toxoplasmose e outra doença que rima com dose. Dose esta que acabei e saí do aviário desejando não mais voltar.

P.s.: Saudades disso aqui.