O primeiro bebeu duas cervejas e
me beijou no carro, apesar do cabelo hipster, mostrou interesse em mim,
interesse esse que passou com efeito da bebida e, as mensagens que eram
enviadas a cada dois minutos viraram silêncio. Dizem que quando homens como
este desaparecem, é Deus salvando a gente de mais encrenca mas, na verdade,
penso que quando esse tipo some, é porque não está com sua psique estável para
se envolver e, mais vale um pássaro voando livre do que te atacando como nos
filmes de Hitchcock.
O segundo disse que queria algo
sério e, apesar de termos fodido apenas uma vez, ele quase levou meu dinheiro. Quando
um homem e uma mulher estão saindo, o homem paga as contas por cavalheirismo e
a mulher se oferece para dividir pois ela quer ser cordial e vista como uma
pessoa ativa na sociedade capitalista. E quando são dois homens? Um faz o
truque da galinha com Alzheimer e diz que esqueceu a carteira em casa, e acaba
sobrando pro bolso do outro que precisava guardar aquele dinheiro para levar o
acompanhante ao drive-in, que fosse, e depois colocar gasolina no carro e
sustentar o vício maldito do cigarro. Acho que meu vício é sexo e, por ele não
corresponder a isso, achei melhor voar livre, antes de atacá-lo como um dos
pássaros de Hitchcock, pois era o que ele estava fazendo com minha carteira.
O terceiro me enrolou julho
inteiro, mandou foto do peru, disse que queria meter, chupar, lamber, bater,
fistar e gozar. Nos encontramos, bebemos água de coco e eu o beijei, ele
retribuiu e depois me empurrou. “Estaria eu com mau-hálito?” perguntou meu
subconsciente, lembrando que eu tinha chupado halls minuto antes. Descobri que
ele faz terapia, toma remédios pesados, surtava, batia na mãe quando faltava o
bendito remédio, tinha namorado ciumento e doentio e, antes que eu fosse
apunhalado no chuveiro como no filme de Hitchcock, resolvi fugir.
Cansado dessa merda toda, fui até
a casa de Kai. Ele me saudou com um “boa tarde” eu respondi com um beijo,
tirando as calças e montando nele. Ele queria pegar as cordas e me amarrar, mas
foi quando eu disse a ele “No strings attached” e acabamos metendo como num
filme de Sasha Grey.